quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Robson Ferreira campeão do Iron Biker Brasil 2016

Foto - Crédito - Cristiano Quintino
Robson Ferreira campeão do Iron Biker Brasil 2016, confira abaixo o depoimento do mesmo;
Hoje que consegui sentar em frente ao computador e escrever com calma o que rolou no Iron Biker Brasil 2016.
Vamos lá, desde 1997 que disputo a famosa e tradicional prova de maratona de etapas, neste mesmo ano tinha apenas 17 anos e fui vencedor na categoria Júnior, no ano seguinte vencedor na categoria Cadete A, atual Sub23, desde então nunca faltei, em 2006 foi minha melhor colocação na Elite onde consegui o sexto lugar, em 2007 bati na trave com o Vice Campeonato, mas em 2008 veio o primeiro título na Elite, então repeti em 2009, em 2010 não tivemos o evento e em 2011 o TRI. Isso tudo pra vocês terem uma idéia de quanto tempo as vezes demora pra um atleta conseguir alcançar seus objetivos! De 2011 até hoje, tive perto, em quarto colocado 2 vezes, mas esse ano veio, e conseguimos o TETRA. Falo conseguimos porque somos uma equipe, minha esposa Natalia Macedo é a que mais presencia isso tudo de perto e me ajuda como ninguém.

Meus patrocinadores e apoiadores que estão suando a camisa como eu pra disponibilizar aquilo que preciso pra estar em condições de andar bem nas provas, como os nossos amigos Claudio Fecierj Santos Santos Amazonas Bike e Luciano Silva da Espacobike Mendes.

Vamos a prova:
Sábado - dia 18/09 - Largada as 8 da manhã, fiz um prévio aquecimento me deslocando da pousada até a largada, estava um pouco preguiçoso devido ao descanso que fiz devido a prova e a uma virose que tive semanas antes;
Concentrado, olhando para o céu nublado e as montanhas ao fundo veio em minha mente "HOJE EU VOU VENCER", mentalizei aquele surto momentâneo e logo em seguida foi dada a largada;
Deslocamento louco como sempre, entramos na terra após a largada e já encaramos a primeira subida, estava onde sempre me posiciono, à frente, as pernas boas, esperando os brutos atacarem, então começou... Passaram o Luis Mejia e Lukas Kaufman, adversários duros, fui atrás e me mantive com eles, ao final e a parte mais forte da subida decidi colocar meu ritmo, senti que abri, e logo passou Mejia por mim atacando, correspondi e abrimos do restante. !Senti naquele momente que ele seria o grande adversário, mas em um momento revezando fomos alcançamos por Kaufman e Hugo Pradoneto, dali em diante o grupo aumentou, e ficamos sempre rodando com um pelotão de mais ou menos 10 atletas, ataques rolaram em todas as subidas, estavamos analizando uns aos outros;
Ponto de apoio, diferente de outros anos, pra nossa surpresa, poucas equipes de apoio conseguiram chegar a tempo, mas muitos ali também não conseguiram pegar seu apoio;
Dali em diante as subidas foram ficando menos ingremes e mais curtas, favorecendo uma chegada em grupo, coisa que poucos gostam. A 500 metros da chegada o atleta Alysson Lucas Tigrinho atropelou um cachorro e o pelote organizado se desfez e ali começou os ataques pra ver quem cruzava a linha de chegada na frente, antes de dar tudo que tinha lembrei daquele surto que tive na largada que milhares de pensamentos fizeram despertar e !dei tudo!, cruzei a linha em primeiro! Soltei um grito de alegria e desabafo... Pqp consegui... Voei pra chegada pra ver minha esposa, lá estava ela e meu filho... que alegria... 50% do trabalho feito... Ao mesmo tempo de comemoração, a cabeça voltou para a prova, ainda estavamos nela, a recuperação também era um obstáculo a ser vencido com rapidez... Corremos a pousada onde alimentação, massagem, e descanso tinham que ser feitos o mais rápido possível.

LEMBREI...Na viagem ainda esqueci em casa meus suplementos da Gasparin que nosso amigo e apoiador Junior Mendonça Waldyr disponibiliza pra treinos; onde liguei para Luciano Silva e ele trouxe logo o que precisava... eles eram fundamentais para recuperação para o próximo dia...
Vamos lá agora pra domingo - 19/10 - Fiz o mesmo aquecimento, deslocando da pousada a largada, mas com menos peso que o dia anterior, porque o desafio hoje seria rápido e intenso, mas antes da largada é coisa de loco, todo mundo querendo falar contigo... tem que concentra pra manter a concentração... !mas mantive aquele pensamento bom que "conseguiria"!
Largamos, ponto chave, primeira subida, o Colombiano Luis Mejia colocou o ritmo, mas hoje o pelotão estava tenso, terminamos a primeira serra em um grupo grande novamente;
Ataques rolando, eu ali, não deixando quem não podia ir, se fossem eu iria junto...rsrs...
Até que o esperado acontece, uma subida longa e com grau de inclinação forte, e em trilha, me segurei no início, mas quando vi que estava novamente bem, coloquei meu ritmo e fui com Mejia escalando as subidas, abrimos, mas antes de terminar resolvi testar ele, e consegui abrir vantagem, agora...é tudo ou nada... pensei...
Estavamos no km20, muito cedo, nada..., abri cerca de 40 segundos, dei tudo, parecia que era o último km cada km que percorria, lá atras vi que organizaram 3 atletas que eram meus adversários diretos na QG, então, não poderia deixar eles me pegarem.... PRIMEIRO AHHH PRIMEIRA, é o lugar que todo mundo quer estar, e justamente por isso é o pior lugar a se estar, porque estão todos lhe perseguindo, e pra piorar vc não tem referência, a não ser quando os avista, e essa situação não é boa, porque quer dizer que estão perto e vc não pedalou suficiente pra abrir vantagem consideravel.
Foram os 40 km mais longos da minha vida...rsrs...

Queria era chegar na trilha do canivete, puro XCO até a chegada, ali olhei pra trás calculei a diferença e coloquei um ritmo mais confortável e concentrei pra não errar... passou voando... quando vi os 500metros pra chegada dei novamente aquele grito de desabafo .... ninguém viu... mas lágrimas caíram...
Conseguimos, minha equipe e eu... Somos TETRA e escrevi com vitória as 4 vezes meu nome na Iron Biker Brasil...
Como diz Ticorico meu amigo, o Leão estava como antes... com fome de vitória ...
Agora rumo ao inédito pra mim, a Brasil Ride.
Como sempre Let's Go Treinos
Foto - Crédito - Cristiano Quintino